Redirects em SEO: guia para preservar autoridade, tráfego e ranqueamento
Descubra como redirecionamentos funcionam, por que são cruciais para SEO e como implementá-los de forma técnica e estratégica em sites de qualquer porte

Índice
No mundo complexo do SEO, pequenos detalhes técnicos podem significar a diferença entre crescer em tráfego orgânico ou perder meses de trabalho. Um desses pontos críticos é sem dúvidas a gestão de redirects.
Muitos profissionais ainda encaram o redirecionamento apenas como uma medida emergencial para páginas apagadas ou URLs quebradas. Mas, na prática, trata-se de uma das ferramentas mais poderosas para preservar autoridade, manter a relevância de conteúdos já indexados e garantir que usuários e mecanismos de busca encontrem corretamente conteúdos migrados em novas estruturas de URL.
Cadastre-se para receber nossos conteúdos por e-mail
Resolvi escrever este post porque esse tema me acompanha há mais de 15 anos. Ao longo da minha carreira, participei de grandes projetos de migração que exigiram estratégias sofisticadas de redirects — como quando a Revista Exame deixou a Abril para se tornar parte do BTG Pactual, ou em mudanças de arquitetura que marcaram o mercado brasileiro, como o abandono dos antigos sites “m.” no mobile por grandes e-commerces, incluindo Magazine Luiza e Ponto Frio, que passaram a adotar versões responsivas sem precisar manter subdomínios separados.
Aqui, vou explicar em detalhe o que são redirects, quando usá-los, os tipos mais comuns, como implementá-los com segurança e as boas práticas que podem salvar — ou comprometer de vez — um projeto de SEO.
O que são redirects?

Um redirect (ou redirecionamento) é uma instrução enviada pelo servidor ou navegador indicando que uma página mudou de endereço. Em vez de exibir erro 404, a requisição é levada automaticamente para a nova URL. Podemos considera-lo uma “ponte digital” que conecta o passado de uma URL ao seu futuro, preservando usuários, tráfego e parte da autoridade acumulada.
Em poucas palavras: quem tenta acessar o link “velho” é automaticamente direcionado para o link “novo”.
Quando usar redirects?
Em termos de SEO, os redirects entram em cena sempre que algo muda na sua arquitetura digital. Se uma página troca de URL, se um subdomínio deixa de existir, se uma editoria inteira é reorganizada ou se um produto sai de linha, o redirecionamento é o que garante que usuários e Google não fiquem perdidos no caminho.
Em outras palavras: os redirects são a ponte entre o passado de uma URL e o futuro do seu conteúdo.
Migração de domínio
Exemplo clássico: quando www.loja.com
passa a ser www.lojanova.com
.
Nessas situações, cada URL do domínio antigo precisa apontar para sua versão correspondente no novo domínio — e não apenas para a home. É isso que garante que usuários, mecanismos de pesquisas e backlinks continuem funcionando sem perda de tráfego.
Um case emblemático que vivi ao longo da minha carreira foi a transição da revista Exame, quando seu site, um dos maiores veículos de comunicação do Brasil, deixou de ser parte da Abril (abril.exame.com.br
) e passou a operar como exame.com
dentro do BTG Pactual. Esse movimento envolveu milhares de páginas com histórico de ranqueamento e backlinks de altíssimo valor.
Aproveitamos essa transição para refatorar o portal de notícias e conceber novos produtos (exame Academy e Exame Invest). Todos os templates utilizados receberam um verdadeiro banho de loja estratégico para SEO e performance de renderização.
Claro que: sem um plano de redirects minucioso, a Exame teria perdido anos de construção orgânica.
Com a estratégia correta, o tráfego foi preservado e a marca ainda ganhou em clareza de domínio e posicionamento digital. Nos meses após a migração, o domínio apresentou grande aumento de visibilidade.
Ajustes de slug e arquitetura
E-commerces passam muito por isso: exemplo /calcados/masculino/casual
para /calcados-masculinos/casual
Uma mudança que melhora a semântica da URL, mas que precisa de redirects para evitar erros 404 e preservar o ranqueamento já conquistado.
Atualização de páginas diversas, guias e conteúdos recorrentes
Outro exemplo: “Imposto de renda 2024” vira “Imposto de renda 2025”
Já passamos por esse tema dezenas de vezes, para dezenas de clientes e projetos. Sem o redirect, o novo guia teria que começar do zero em termos de relevância. Com ele, toda a autoridade do conteúdo antigo é herdada pela versão mais atual.
PS: recomendamos deixar a URL mais genérica para conteúdos recorrentes, a fim de evitar o redirect e ter a melhor performance sob o ponto de vista de SEO.
Consolidação de conteúdos duplicados
Dois posts semelhantes — “melhores tênis de corrida” e “tênis para correr em 2025” — se fundem em um só artigo completo. Outro exmeplo clássico que serve em qualquer site, seja ele editorial, e-commerce, blog, etc…
Os redirects das URLs antigas concentram a autoridade na versão nova, evitando canibalização de palavras-chave.
Exclusão de páginas de produto ou serviço
Um celular que saiu de linha pode redirecionar para o modelo mais recente ou para a categoria geral.
Assim, o usuário encontra uma opção relevante e o site não perde a chance de conversão.
Mudanças tecnológicas ou de padrão de navegação
Lembra dos subdomínios mobile? m.magazineluiza.com.br
e m.pontofrio.com.br
deixaram de existir quando os sites migraram para versões responsivas.
Essas transições só funcionaram bem porque milhares de URLs foram corretamente redirecionadas para equivalentes no domínio principal.
Por que redirects são importantes para estratégias de SEO?
Um redirect não é apenas um detalhe técnico: ele é um sinal estratégico para o Google sobre como o conteúdo do seu site deve ser interpretado e consolidado. Quando bem implementados, os redirecionamentos evitam perdas de tráfego, preservam posições nas SERPs e asseguram que todo o valor construído em backlinks e histórico de ranqueamento não se perca no processo de mudança.
Benefício | Impacto direto |
---|---|
Experiência do usuário | Evita erros 404 e mantém a navegação fluida |
Preservação de grande parte da relevância | A nova URL aproveita o ranqueamento já conquistado |
Transmissão de autoridade | Backlinks e sinais de SEO são transferidos para a página correta |
Um redirect bem feito garante que a autoridade da URL antiga seja herdada pela nova, sem prejuízos de ranqueamento.
John Mueller (Google)
Tipos de Redirects
Principais códigos HTTP
- 301 (permanente): transfere autoridade, usado para mudanças definitivas.
- 302 (temporário): não transfere autoridade, usado em ajustes provisórios.
Menos comuns
- 307 / 308: versões técnicas de 302/301, pouco usadas em SEO.
- 303: evita reenvio de formulários, sem relevância para SEO.
Client-side (menos recomendados mas ainda sim podem ser utilizados)
- Meta Refresh: executado no navegador, mais lento e prejudicial à UX.
- JavaScript: pode falhar em renderização, usado só em último caso.
Como implementar redirects?
Saber quando usar um redirect é só metade do caminho. A outra metade é executar a implementação de forma correta, levando em conta o ambiente onde seu site está hospedado. Existem diferentes formas de configurar redirecionamentos — algumas mais técnicas, outras mais acessíveis via CMS ou ferramentas externas. O importante é escolher a opção que oferece maior controle, performance e rastreabilidade para o seu projeto.
No servidor
Os redirects feitos diretamente no servidor são os mais recomendados, porque:
- São processados antes do carregamento da página;
- São interpretados corretamente por todos os mecanismos de busca;
- Têm menor impacto em performance e UX.
- Apache: a forma mais comum é editar o arquivo
.htaccess
. Nele você pode definir regras de redirecionamento simples (uma URL → outra) ou complexas (redirecionar diretórios inteiros, aplicar regex, etc.). - Nginx: a configuração é feita no arquivo
nginx.conf
, usando blocos deserver
elocation
. É mais performático que o Apache, mas exige acesso ao servidor e conhecimento técnico.
A grande maioria dos sites, principalmente WordPress, são servidores Apache, e por tanto aqui estão algumas dicas de redirects:
Redirect único (301 direto para uma nova URL)
# Redireciona uma URL antiga para uma nova
Redirect 301 /servicos https://www.pinkandbrain.com/servicos-digitais
ApacheExemplo:
Quem acessar https://www.pinkandbrain.com/servicos
será levado direto para https://www.pinkandbrain.com/servicos-digitais
.
Redirect com Regex (reescrevendo vários slugs)
# Ativa o mecanismo de rewrite
RewriteEngine On
# Redireciona qualquer URL dentro de /blog/antigo/ para /blog/novo/, mantendo o restante do caminho
RewriteRule ^blog/antigo/(.*)$ https://www.pinkandbrain.com/blog/novo/\ [R=301,L]
ApacheExemplos práticos:
https://www.pinkandbrain.com/blog/antigo/seo-redirecionamentos
→https://www.pinkandbrain.com/blog/novo/seo-redirecionamentos
https://www.pinkandbrain.com/blog/antigo/google-discover
→https://www.pinkandbrain.com/blog/novo/google-discover
Redirect de domínio inteiro (extra, para migrações)
# Redireciona todas as URLs de pinkandbrain.com.br para pinkandbrain.com
RewriteEngine On
RewriteCond %{HTTP_HOST} ^(www\.)?pinkandbrain\.com\.br$ [NC]
RewriteRule ^(.*)$ https://www.pinkandbrain.com/\ [R=301,L]
ApacheExemplo:
https://www.pinkandbrain.com.br/servicos
→https://www.pinkandbrain.com/servicos
Em CMS
Se você utiliza um gerenciador de conteúdo, muitas vezes não precisa mexer no servidor.
- WordPress: plugins como Redirection permitem criar e gerenciar centenas de redirects com interface amigável. Plugins de SEO como Yoast e RankMath também oferecem recursos nativos de redirecionamento.
- Shopify/Wix: possuem áreas específicas para gerenciar URLs antigas e novas, úteis em mudanças de produtos ou categorias.
Via CDN
CDNs como Cloudflare, Akamai e Fastly oferecem regras globais de redirecionamento. Essa abordagem é muito útil quando você precisa aplicar mudanças rápidas, sem mexer diretamente no servidor ou CMS. Além disso, o redirect ocorre na borda da rede, acelerando a resposta para o usuário.
Em DNS
O DNS pode ser usado para redirecionar domínios inteiros (ex.: www.siteantigo.com
→ www.sitenovo.com
). Essa abordagem é comum em migrações de marca, quando o domínio antigo deve sempre apontar para o novo. Porém, o DNS só trabalha em nível de domínio — ele não lida com URLs individuais, então não substitui redirects mais granulares.+
Boas práticas para redirects
Evite cadeias de redirecionamento
Nada de A → B → C → D
. Quanto mais etapas no caminho, maior o risco de perda de autoridade e lentidão no carregamento. Vá direto ao ponto: A → D
.
Corrija loops imediatamente
Loops como A → B → A
tornam a página inalcançável e prejudicam tanto usuários quanto crawlers. Revise suas regras para eliminar esses ciclos.
Mantenha relevância no destino
Se o usuário procurava panelas, ele não pode ser jogado para uma página de micro-ondas. A lógica é simples: o redirect precisa levar a um conteúdo realmente equivalente.
Deixe o redirect ativo por tempo suficiente
A recomendação é mantê-lo por pelo menos 12 meses, tempo médio necessário para o Google consolidar os sinais de autoridade da URL antiga na nova.
Atualize links internos
Depois de criar os redirects, não deixe o site inteiro depender deles. Atualize os links internos para apontarem direto à nova URL — isso reduz saltos desnecessários (latência), evita cadeias e consolida sinais de SEO na página certa.
Já que na maioria das vezes não conseguimos atualizar links de outros sites apontando para o site, podemos e devemos atualizar a linkagem interna. Usar o banco de dados e batchs são sempre a melhor saída.
Monitore no Search Console
Use os relatórios do Search Console de “páginas com redirecionamento” e “erros de redirecionamento” para identificar problemas de indexação e validar se o Google entendeu suas regras.
Reaproveite oportunidades em páginas 404
Nem todo 404 precisa ser um beco sem saída. Analise se existem conteúdos relevantes para redirecionar tráfego antigo e recuperar backlinks valiosos.
Erros comuns a evitar
Redirecionar tudo para a home
Uma prática muito comum em migrações mal planejadas é jogar todas as URLs antigas para a página inicial.
Resultado: o Google interpreta como soft 404, já que o conteúdo esperado não tem relação com o destino. Isso gera perda de relevância e frustração para o usuário.
Usar Meta Refresh com atraso
O famoso meta refresh
com 5 segundos de espera ainda aparece em alguns sites.
Além de piorar a experiência do usuário, esse tipo de redirect é mais lento e pouco confiável para SEO. Sempre prefira redirecionamentos via servidor (301/302).
Criar redirecionamentos irrelevantes
Redirecionar uma página de panelas para micro-ondas ou um artigo de SEO para um produto qualquer confunde tanto o usuário quanto os mecanismos de busca.
Redirects só fazem sentido quando há relação direta entre a intenção da URL antiga e a página de destino.
Como testar os redirects?
Testar se os redirects estão funcionando corretamente evita surpresas com cadeias longas, loops ou páginas que continuam acessíveis sem redirecionamento.
Testes rápidos no navegador
- DevTools (Chrome/Edge/Firefox):
- Abra a URL antiga.
- Pressione
F12
para abrir o DevTools. - Vá em Network e atualize a página.
- Verifique o status code (301, 302 etc.) e a URL de destino.
→ É a forma mais simples de confirmar se o redirect foi aplicado e qual código foi usado.

- Extensões úteis para o navegador:
- Redirect Path: mostra imediatamente se há redirects, status code e destino final.
- Ayima Redirect Path e Link Redirect Trace são boas alternativas.

Ferramentas online
- HTTPStatus.io e Redirect Checker: permitem verificar rapidamente se o redirecionamento é 301, 302 ou outro.
- Úteis para casos pontuais ou quando não há acesso a DevTools.
Auditorias em massa
Indispensáveis em migrações grandes ou reestruturações de site.
- Screaming Frog SEO Spider: rastreia todas as URLs antigas e mostra status codes, cadeias de redirect e loops.
- Sitebulb e JetOctopus: ótimas opções para análise em larga escala e relatórios visuais.

Eu seria injusto se não exaltasse o Screaming Frog, ferramenta old school dos analistas e profissionais de SEO, com mais de 15 anos de existência sendo uma ferramenta super poderosa para análises para técnicas.
Césinha
Monitoramento contínuo
- Google Search Console (GSC):
- Relatórios de cobertura destacam erros de redirecionamento e cadeias muito longas.
- Ferramenta de inspeção de URL permite validar como o Googlebot enxerga a nova página.

Não brinque com fogo
Redirects são muito mais do que ajustes técnicos: são a base que garante que mudanças estratégicas no seu site não destruam anos de autoridade orgânica.
Na Pink and Brain, já vimos empresas perderem mais de 80% do tráfego em migrações por descuido com redirecionamentos. Mas também já vimos cases de crescimento após grandes reorganizações — quando os redirects foram planejados com estratégia, respeitando anatomia HTML, semântica, linkagem interna e experiência do usuário.
Em SEO, cada redirect mal feito é um risco; cada redirect bem feito é uma oportunidade de escalar.