O Google confirmou o que já era esperado: o AI Mode chegou oficialmente ao Brasil, em português, e inaugura uma nova etapa na forma como pesquisamos e encontramos informações. Alimentado pelo Gemini 2.5, o sistema aplica raciocínio em múltiplas etapas, integra texto, voz e imagem e transforma a busca em uma experiência conversacional e contínua. Essa mudança não é apenas estética. Representa uma reconfiguração profunda da lógica de acesso à informação. Se antes falávamos nos tradicionais “10 blue links”, agora lidamos com respostas multimodais que reduzem cliques e exigem muito mais relevância para que uma marca seja sequer mencionada. A SERP (Search Engine Results Page) vem sendo transformada desde os primeiros anos do Google — primeiro com a inserção de espaços publicitários, depois com os featured snippets e o Knowledge Graph, e mais recentemente com os AI Overviews. O AI Mode leva essa evolução a um novo patamar: em vez de começar a jornada de busca em uma página de resultados tradicional, grande parte dos usuários passará a interagir diretamente em uma tela conversacional, onde a IA assume o papel central de mediação da informação. O que é o AI Mode do Google? O AI Mode traz uma nova forma de pesquisar na internet com uso de Inteligência Artificial. Diferente das IAs generativas tradicionais, que se limitam a resumos, o AI Mode funciona como um modo avançado de busca de informações, entregando respostas mais detalhadas, personalizadas e adaptadas ao histórico e comportamento de cada usuário. Veja o vídeo promocional do Google sobre o novo recurso: https://www.youtube.com/watch?v=0uVRHl9gAco Na prática, ele transforma o Google em um assistente digital inteligente, capaz de interpretar intenções de busca de forma mais sofisticada, compreender contexto e gerar explicações completas. O recurso também é multimodal: permite consultas por texto, voz ou imagem, que podem ser combinadas em um mesmo fluxo de pesquisa. AI Mode x AI Overviews: quais as diferenças? Embora ambos usem inteligência artificial, há diferenças cruciais: CaracterísticaAI OverviewsAI ModeTipo de respostaResumo rápido e objetivoExplicações detalhadas e aprofundadasInteratividadeEstáticoDinâmico, com contexto e múltiplas etapas de raciocínioIntegração com SERPsLimitada, aparece em alguns resultadosPode substituir parte dos resultados tradicionaisImpacto no SEORedução de CTR, mas ainda gera tráfegoAumenta a chance de “zero clique”, com respostas completas na IA Em resumo: o AI Overviews funciona como um snippet expandido, enquanto o AI Mode representa uma nova experiência de busca, mais próxima de um agente digital do que de uma lista de links. Como funciona o AI Mode? O recurso utiliza uma técnica chamada query fan-out, que decompõe a pergunta em várias subquestões e as processa em paralelo, consultando múltiplas fontes e modelos. Isso permite construir respostas mais completas e contextualizadas. O recurso já está disponível no menu da SERP, veja: Por exemplo: ao buscar qualquer coisa tipo “melhor celular para fotografia”, o sistema consulta dados sobre qualidade de câmera, avaliações de usuários, comparativos de preço e lançamentos recentes — tudo em paralelo — e retorna uma resposta estruturada e conversacional. O diferencial está na personalização. O AI Mode considera histórico de interações no Search, Gmail, Maps e Chrome para ajustar as respostas ao perfil de cada usuário. Isso significa que duas pessoas podem buscar a mesma coisa e receber resultados distintos, moldados por suas preferências. Capacidades agentivas: além das respostas Mais do que responder, o AI Mode começa a executar tarefas. Nos primeiros testes, já é possível reservar restaurantes de acordo com critérios específicos (localização, número de pessoas, tipo de culinária). Em breve, o recurso deve se expandir para serviços locais, eventos e compras de ingressos, combinando dados do Project Mariner, Google Maps, Knowledge Graph e integrações com parceiros como OpenTable e Ticketmaster. Essa evolução reforça a transição do Google de mecanismo de busca para plataforma de ação direta, em que a IA não apenas entrega informações, mas resolve demandas. O que muda para os usuários? Para quem pesquisa, o AI Mode oferece uma experiência mais rápida, rica e intuitiva. Em vez de abrir diversos sites para reunir informações, o usuário recebe uma resposta única, aprofundada e personalizada — e pode interagir com ela, refinando a busca de forma contínua. Mas há uma consequência clara: menos cliques para os sites de origem. Em consultas informacionais, a tendência é de crescimento das chamadas buscas zero clique, nas quais o Google fornece tudo o que o usuário precisa sem que ele precise sair da plataforma. O impacto no SEO e o nascimento do GEO Essa transformação reforça um ponto central: o SEO não acabou, mas mudou de papel. A otimização deixa de ser apenas para ranquear nos “10 blue links” e passa a incluir como aparecer dentro das respostas geradas pela IA. É aqui que entra o GEO (Generative Engine Optimization), disciplina que foca em como o conteúdo é extraído, decomposto e reconstituído pelas LLMs. Para se destacar, marcas precisam: Estruturar conteúdos em blocos claros e reutilizáveis. Criar respostas objetivas para perguntas específicas. Demonstrar Topical Authority (autoridade temática real). Garantir Information Gain (informações originais e diferentes do que já existe). Pensar em Entity SERP, com dados organizados em grafos de conhecimento. A visão da Pink and Brain Na Pink and Brain, enxergamos o AI Mode como uma expansão natural. Desde 2008 acompanhamos cada disrupção — do Panda ao Mobile First, do EAT aos AI Overviews — e sabemos que a lógica é sempre a mesma: quem se adapta primeiro colhe os maiores frutos. Nosso trabalho é meticuloso e orientado por dados, conectando SEO técnico, inteligência de dados, branding e performance (SEO + PPC) a abordagens modernas de IA como GEO, AIO, ASO e LLMs. Não vendemos fórmulas genéricas: formamos squads de especialistas renomados, capazes de entregar soluções sob medida para cada desafio digital. O AI Mode marca apenas o começo dessa nova fase. A pergunta que fica é: quem vai saber expandir o SEO para além da SERP?